segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ato 1º de abril- DIA DA MENTIRA.

O nariz comprido usado por parte dos cerca de 500 manifestantes que saíram às ruas do Centro do Rio, na terça-feira, dia 1º de abril, teve um duplo e interligado sentido. Simbolizava, no Dia da Mentira, as promessas não cumpridas por políticos, com destaque para o prefeito César Maia, o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula. Mas também o ‘nariz’ de um mosquito, referência ao inseto que transmite o vírus da dengue.

A doença que já matou, só nos três primeiros meses do ano e em números oficiais, 67 pessoas no Estado do Rio, sendo 44 na capital, a maioria crianças, foi lembrança constante no ato. A Manifestação foi parte de um dia nacional de mobilizações por emprego, saúde, educação e contra as reformas neoliberais de Lula.

Os projetos dos governos federal e estadual que criam as fundações que privatizam os hospitais públicos foram um dos alvos do protesto. Um boneco de quase três metros de Sérgio Cabral com nariz comprido foi levado à passeata. Junto ao boneco, manifestantes recolhiam votos numa urna para eleger o político mais mentiroso do país.

A defesa da revitalização do rio São Francisco, em oposição a sua transposição, denunciada como obra para beneficiar empreiteiras e latifundiários do agronegócio, foi uma reivindicação levada ao ato. Houve protestos com este teor em outras cidades, entre elas Sobradinho, no sertão da Bahia.



Saúde e educação são eleitas as maiores mentiras



No Rio de Janeiro, a crise na saúde e a situação da educação foram dois pontos muito lembrados. "A dengue foi uma das grandes mentiras [dos governantes]", afirma Gualberto Tinoco, o Pitel, dirigente do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe) e da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).

Participaram representantes de entidades sindicais, do movimento sem-teto e de diretórios de estudantes. O Sindsprev-RJ ajudou a convocar a manifestação, cuja organização reuniu a Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) e a Intersindical.

Os professores da rede estadual de ensino e das escolas municipais de Duque de Caxias, que realizavam paralisações, estiveram em maior número no ato, que saiu no início da tarde da Candelária e terminou na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores.

Para Eurismá Silva Gomes, a Mazinha, dirigente da Regional do Sindsprev-RJ em Duque de Caxias e servidora do INSS naquela cidade, a grande 'mentira' a ser denunciada são as promessas não realizadas na saúde e na educação. "Os hospitais estão abandonados", diz. Ela também lembrou que, em 2007, parte dos movimentos social e sindical fizeram duras críticas ao uso de dinheiro público nas obras para os Jogos Panamericanos e não nos setores essenciais, como saúde e educação. "Fizeram toda aquela maquiagem para o Pan e a realidade agora é essa, o abandono da saúde", lamenta, referindo-se à epidemia e às mortes em decorrência da dengue.

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